Nos últimos meses, as expectativas, análises e o uso da inteligência artificial (IA) têm ganhado força devido a todos os benefícios oferecidos. Essa movimentação traz mudanças para as empresas, independente do seu segmento de atuação, mas, principalmente, para a indústria de softwares e os desenvolvedores – que, diariamente, trabalham por trás das plataformas e aplicativos mais utilizados no cotidiano da população e dos negócios.
Segundo o relatório Artificial Intelligence – In-depth Market Insights & Data Analysis, publicado pela Statista em abril, a receita do mercado de softwares de inteligência artificial deve crescer 35% ao ano até 2025, quando deverá atingir o valor de US$ 126 bilhões. O diretor de Digital Workplace Technology da Invillia, Saulo Esteves, explica que o crescente interesse em IA no mundo corporativo tem feito com que muitos segmentos acelerem sua aplicação em seus produtos digitais. Os impactos dessa onda de inovação são sentidos tanto pelo usuário final quanto pelas equipes que projetam e constroem essas plataformas.
“É uma ferramenta com alto grau de acuidade, precisão e entendimento de contexto. Assim que o mercado como um todo entender seu real potencial, ela deverá mudar completamente a indústria de software que conhecemos hoje em um horizonte de dois ou três anos”, diz o executivo da Invillia. Para indicar quais têm sido os principais ganhos trazidos pela IA para as empresas, indústria de software e equipes de tecnologia, Esteves listou três benefícios corporativos. São eles:
1. Dúvidas técnicas resolvidas em instantes
Criar uma solução digital em um contexto em que a tecnologia evolui diariamente, faz com que os times corporativos precisem estar sempre atualizados, dedicando algum tempo para pesquisas e conversas com outras áreas. De acordo com o executivo, esse é um processo que demanda investimento constante de tempo e esforço, tendo em vista que apesar da abundância de informações, o maior desafio é a contextualização: o que é aplicável para cada desafio.
Com a intensificação da inteligência artificial, assim como para os usuários finais, em que esta atua como uma espécie de auxiliar, ela pode ser uma ferramenta que facilita o acesso às novidades e atualizações para os times de tecnologia. “Dúvidas técnicas ou sobre algum código em específico, por exemplo, que atualmente demoram alguns dias para serem sanadas através de pesquisa ou ajuda de outros desenvolvedores em fóruns técnicos, podem ser resolvidas em alguns instantes com a IA”, afirma.
2. Tempo com produtividade
Diante de uma ferramenta que apresenta uma análise de dados mais assertiva, possibilidade de automatizar processos e, como consequência, facilitar o dia a dia, Esteves comenta que as maiores revoluções que a IA vai trazer para as empresas serão tempo e produtividade na criação de produtos digitais. “Soluções que levariam anos para serem desenvolvidas – contando o período de planejamento, execução, testes e lançamento – poderão ter esse tempo reduzido. Tudo isso com ainda mais precisão”, afirma.
Em relação à produtividade, o executivo explica que as soluções de inteligência artificial vão permitir que a indústria de software possa fazer testes mais precisos e criar cenários de uso mais realistas. Com isso, prever ganhos, falhas de cada projeto e acelerar a escalabilidade. “Há facilidade, por exemplo, para as ferramentas de pair programming [que envolve a criação e análise de códigos]. Nelas, é possível aplicar a IA como um recurso para ajudar no processo de programação”, explica Esteves.
Segundo ele, isso vai impactar diretamente os custos. Projetos mais curtos não demandam um longo período de investimento. Além disso, ele explica que, não havendo mais a necessidade de “prender” times por tanto tempo em um só projeto, abre espaço para novas iniciativas serem trabalhadas. “Isso representa um maior fluxo de caixa para as empresas.”
3. Uma experiência de I.A. para cada consumidor
Além de benefícios para os profissionais da indústria de software, Esteves comenta as vantagens para o consumidor final, principalmente, no quesito de personalização e experiência do usuário. “São muitas as utilidades da ferramenta de ponta a ponta na indústria. Pode melhorar a criação de software, a geração de conteúdo de vendas e marketing e, também, ajudar para que o produto se adapte de acordo com cada perfil de usuário”, diz.
Tendência: o controle customizado da informação
O diretor da Invillia comenta que, embora o potencial da IA seja enorme para as empresas, ainda há uma jornada para explorar todo o seu potencial. Principalmente, em relação às informações sensíveis do negócio que acabam sendo compartilhadas para terceiros, quando se utiliza alguma ferramenta de IA pronta – algo que vem sendo amplamente debatido globalmente e que ainda é uma das principais preocupações no mundo corporativo. Ainda assim, para ele, a resolução dessas discussões deve estar cada vez mais perto.
“As companhias estão entendendo melhor este cenário. A tendência é que cada uma venha a ter uma ferramenta de IA personalizada, garantindo maior segurança para as informações estratégicas do negócio”, diz. No momento, conforme explica o executivo, as empresas estão preferindo utilizar “soluções prontas” disponíveis no mercado – opções que têm sido mais viáveis devido ao avanço rápido desta tecnologia.
Entretanto, na visão dele, a dependência de provedores terceiros pode ser um desafio, tendo em vista a segurança de dados. “Com o uso de plataformas personalizadas, as empresas podem controlar quais informações são inseridas no sistema e, também, quais são concedidas para quem as solicita.”
Segundo ele, esse processo deve ser melhor compreendido e realizado ao longo dos próximos anos. “Neste cenário, o melhor para as empresas é entender que existem parceiros digitais que as auxiliam tanto para desenvolver as soluções personalizadas de IA para o uso interno quanto para aplicá-las em seus produtos digitais e entregar os melhores resultados para os usuários finais”, pontua Esteves.