Cultura organizacional pautada na inovação

Para facilitar a transição cultural, é preciso promover práticas inovadoras na gestão corporativa de forma que provoquem mudanças realmente significativas

Quando o debate gira em torno de tendências para se adotar no cotidiano operacional das empresas, inovação é uma palavra utilizada com frequência. Não por acaso, afinal, o ato de inovar pode abrir portas para grandes oportunidades de se aprimorar a eficiência de processos e eliminar gargalos nos tempos atuais. Ter a maturidade de se reinventar sem maiores resistências internas, de acordo com as exigências de um mercado em constante evolução, é um objetivo comum a organizações preocupadas com a produtividade de suas equipes e o próprio sucesso do negócio.

Seguindo essa mentalidade, um dos primeiros passos a se considerar é a importância da cultura organizacional e o comportamento dos profissionais diante a presença de soluções tecnológicas. Sem nenhum tipo de movimentação dentro deste contexto, torna-se improvável que as equipes acompanhem as mudanças ocorridas sem abrir mão de seus protagonismos no dia a dia de trabalho. Por isso, o papel dos líderes ganha uma forte influência para que a inovação seja abraçada com inteligência e equilíbrio.

Valores, hábitos e modelos organizacionais empregados pela companhia têm influência no engajamento dos colaboradores e a forma como eles enxergam o lugar em que trabalham. Quais são as maiores lacunas e o que está ou não funcionando na cultura de sua empresa? Se todos os detalhes importam e determinam o nível de eficácia dos departamentos, o líder deve realizar uma avaliação ampla até identificar tópicos que necessitam de uma abordagem diferenciada. Desse modo, os resultados obtidos servirão de parâmetro para os rumos que a organização deverá seguir.

A transformação cultural, como o termo sugere, aponta para a reformulação de costumes que já não se mostram mais efetivos e carecem de uma nova concepção por parte dos setores empresariais. É por meio da mudança no mindset dos profissionais que o processo de implementação tecnológica passa a favorecer uma conexão proveitosa entre todas as partes e podem atuar com uma sintonia extremamente positiva.

Sobretudo, é preciso compreender que, antes da transformação digital e os ganhos produtivos ligados à tecnologia, o líder precisa estender suas ações à capacitação dos times que interpretarão os insumos retirados de ferramentas tecnológicas. Esse nível de excelência operacional caracteriza uma gestão em que as pessoas têm convicção de como os recursos tecnológicos chegaram para simplificar etapas e valorizar a participação humana. Logo, não seria exagero algum afirmar que a transformação também acontece na mente e no comportamento de todos, sem distinções.

Como resultado de uma conscientização realizada no campo comportamental, na prática, os ganhos obtidos pelas empresas são evidenciados em um melhor desempenho das operações digitalizadas. Em outras palavras, a transformação digital centraliza seus esforços no aprimoramento estrutural, enquanto a transformação cultural prioriza o fator humano e sua capacitação.

Ponto de virada para enfrentar demandas externas

Os reflexos de uma cultura organizacional orientada a métodos inovadores também beneficiam a perspectiva estratégica da empresa e como ela responde a situações que fogem do escopo interno. Isto é, com o uso inteligente de tecnologias e o respaldo técnico que oferecem para a tomada de decisão dos profissionais, será possível apoiar o planejamento estratégico em uma flexibilidade indispensável, reduzindo riscos perigosos para o andamento do negócio.

Por fim, vale destacar que, geralmente, o crescimento traz consigo diversos elementos desafiadores, que colocam à prova o poder de adaptabilidade das empresas. Fortificar uma governança corporativa concedendo o mesmo grau de relevância para as pessoas e à chegada da tecnologia é firmar um compromisso bem-vindo com a inovação em sua potência máxima.

*Ana Luiza Milan é cofundadora e Head de Projetos na Receiv, Sistema de Cobrança Inteligente. Psicóloga, com especialização em Administração de Recursos Humanos.

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