Empresas unem expertises para impulsionar RPA no mercado

Em continuidade à estratégia de unir sua expertise com a de outras empresas para expandir seu campo de atuação e oferecer ao mercado um portifólio cada vez mais completo de tecnologias para a transformação digital, a ProConcept Sistemas, especializada no desenvolvimento e implementação de sistemas de TI, firmou mais uma parceria, desta vez com a RobotEasy, startup catarinense criadora de uma plataforma para desenvolvimento de RPA. O objetivo, segundo Elcio Pereira Diniz, CEO da ProConcept, é impulsionar o uso de robôs de software nas empresas brasileiras para automatizar operações manuais e repetitivas.

Trata-se de um segmento bastante promissor e que, de acordo com o relatório do Gartner, deverá movimentar globalmente US$ 3,35 bilhões em 2023. A RPA representa um dos primeiros passos para o que o instituto classificou como hiperautomação, ou seja, a adoção de um conjunto de tecnologias inovadoras e integradas para otimização de processos, e que deverá ganhar maior impulso a partir de 2024. A parceria entre a ProConcept e a RobotEasy alinha-se a essa tendência, tendo justamente como meta incentivar as empresas de todos os segmentos e portes no Brasil a cada vez mais investir em inovação.

Segundo Diniz, a automação de processos através de robotização é importante porque elimina erros comuns que são cometidos em atividades executadas manualmente, liberando as pessoas de fazer trabalhos repetitivos para que possam se ocupar com outras tarefas mais nobres e que agregam valor à empresa. “No Brasil ainda são as companhias de maior porte que investem em RPA, mas as menores também podem obter benefícios com seu emprego”, destaca o executivo.

Emanuele Bergui, CEO da RobotEasy, concorda que ainda é necessário fazer um trabalho de evangelização no mercado porque muitos empresários não conseguem ver que poderiam empregar mais tecnologia em seus processos para aumentar a produtividade, reduzir custos e obter rápido retorno do investimento. “Atualmente temos 44 clientes das áreas de indústria e serviços que utilizam nosso RPA, mas no momento estamos buscando companhias que faturam mais de R$ 300 milhões por ano porque consideramos que estão mais preparadas para a automatização. Empresas de portes menores também podem implementar a solução, mas antes precisam mudar o mindset, porque ainda estão centradas no operacional e não conseguem direcionar seus times para outras formas de atuação”, justifica Emanuele.

O problema, na avaliação de Diniz, é que assim como no passado, a TI ainda é vista como custo por boa parcela das empresas, mas esse cenário já está mudando e a pandemia ajudou a acelerar as demandas nesse sentido, embora haja muito a ser feito. “O rol de clientes da ProConcept é composto por companhias de médio e grande porte e por isso teremos mais facilidade para indicar e introduzir novas tecnologias, como a RPA da RobotEasy. Da mesma forma vamos ter abertura para oferecer aos clientes da nossa recente parceira outras tecnologias como IoT, Visão Computacional, Realidade Aumentada, Monitoramento de Construções e Soluções Próprias, que compõem os cinco pilares em que atuamos”, explica Diniz.

É uma relação de ganha-ganha, segundo Emanuele. “A ProConcept possui presença consolidada no mercado e vejo um grande valor nisso. Queremos ganhar escala no Brasil e nesse sentido precisamos de braços. A nossa estratégia é buscar novos canais. Já contamos com outros em diversas regiões do país e agora também em Minas Gerais com a ProConcept que acreditamos nos ajudará a captar clientes de maior porte, além de executar os serviços”, destaca a executiva.

Segundo Emanuele, há outros players de RPA que atuam no país, mas são todos oferecidos por empresas estrangeiras. “Nossa plataforma é low-code (baixo código) e brasileira, portanto, não sofre os efeitos do câmbio, tendo um custo bem mais acessível e adequado para qualquer porte de empresa. Mas também temos a intenção de comercializar nossa plataforma no exterior e nesse caso faremos a configuração aqui e temos meios de inserir diferenciais para cada país. Em 2022 conquistamos três clientes no exterior por meio de uma parceria firmada com a SoftExpert que atua na Europa, América Latina e EUA, e a ideia é intensificar nossa presença também fora do Brasil”, acrescenta a executiva.

Por onde começar

Tudo começa com a ida de um time da área técnica da RobotEasy no cliente para identificar como o robô deverá ser feito para atender às suas necessidades. A etapa seguinte é o desenvolvimento da solução que pode ser feita pela RobotEasy ou pelos parceiros. É oferecida também outra modalidade em que o cliente adquire a ferramenta para a própria equipe de TI desenvolver o robô. “Nesse caso vendemos os pacotes que denominamos de code registro, e acompanhamos o desenvolvimento para que seja feito corretamente”, explica Emanuele.

Cada empresa tem uma necessidade diferente, mas em geral a porta de entrada do RPA é o setor financeiro, que utiliza a solução para automatizar atividades que eram feitas manualmente, como cadastros, faturamento, conciliação fiscal, conciliação de bancos, entre outras, e em seguida o setor de Recursos Humanos, que igualmente tem muitas demandas repetitivas. Mas há empresas que já utilizam a solução em vários setores, inclusive no chão de fábrica. “É o caso da Krona, fabricante de tubos de conexão, que foi nosso piloto lá no começo da RobotEasy, em 2019, e que atualmente possui uma célula em todas as áreas da empresa”, exemplifica Emanuele.

O robô pode ser disponibilizado dentro do servidor do cliente que deve ser dedicado e ter uma especificação mínima de 8 GB, ou hospedado na nuvem da Amazon ou a da RobotEasy. “Após a entrega do robô fazemos uma análise durante um período para verificar seu desempenho e, se necessário, fazer ajustes, e em seguida oferecemos o monitoramento de sustentação. Além disso, disponibilizamos quatro horas por mês para o cliente, caso precise fazer alguma mudança”, explica Emanuele.

Com sede em Joinville (SC), a RobotEasy registrou faturamento de R$ 5,8 milhões em 2021 e a expectativa é fechar 2022 com R$ 7 milhões. A meta para 2023 é chegar a R$ 12 milhões de faturamento. Além da plataforma RPA, a companhia também desenvolveu um hub de inovação voltado a ajudar as empresas a entender seus processos e a robotizar. Com formação em computação e após trabalhar em empresas de TI, o que lhe deu grande experiência profissional na área, Emanuele resolveu empreender e em 2018 criou a Agapys, uma empresa de consultoria e de desenvolvimentos específicos de softwares de ERP, tendo como primeiro cliente uma multinacional de exportação de commodities. “A Agapys foi uma espécie de extensão da TI dessa multinacional e acabei criando um robô para solucionar o gerenciamento de notas fiscais, que devido à grande quantidade – mais de 10 mil por dia – era um trabalho impossível de ser feito manualmente, o que acabava gerando atrasos para liberação dos produtos. Com a automação, esse problema foi resolvido. Com isso, percebi que havia um grande nicho de mercado a ser explorado e no ano seguinte criei a RobotEasy”, lembra Emanuele.

Atualmente a consultoria realiza mapeamento de processos para demonstrar para o cliente o que ele precisa para automatizar e melhorar suas operações ou sistemas. A outra parte da consultoria, denominada fábrica de software personalizada, conta com desenvolvedores para criar módulos adicionais e específicos de ERP para cada cliente.des

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