A automação inteligente já é uma realidade no Brasil e resultados podem ser surpreendentes

Quando se alia o RPA a outras tecnologias temos resultados exponenciais. Com cuidados e estudos detalhados as empresas só têm a ganhar, afirma executivo da Deloitte

Por Prado Junior

Quando se fala em automação, logo vem à cabeça máquinas substituindo pessoas em linhas de produção, como no filme “Eu Robô” estrelado por Will Smith. Ou humanoides em chão de fábrica produzindo carros.

Na verdade, existem sim, mas são caros e pouco acessíveis para empresas de pequeno e médio portes e não são todas que se utilizam desse modelo de robótica. Mas, com a transformação digital, a perspectiva sobre o uso de robôs na rotina de trabalho mudou. Com ela, veio com força a automatização de processos e o RPA software.

Quando falamos em automatização de processos, RPA é a sigla para Robotic Process Automation. Ou seja, uma tecnologia que tem como objetivo acelerar ainda mais a execução de atividades dentro de um processo.

Nos últimos anos, a presença da tecnologia nas empresas, e mesmo no dia a dia, cresceu consideravelmente. Em vários aspectos, isso beneficiou muito o desempenho das companhias, que, agora, têm mais ferramentas para executar suas funções.

“A automação já é uma realidade no Brasil. Mas ainda estamos no início do processo.” A afirmação é de Martin Seefelder, Gerente sênior e Líder de automação de processos cognitivos e robóticos da Deloite, que conversou com o Instituto Information Management.

Martin fará a palestra de abertura do RPA Congress de Joinville dia 9 de setembro e também o RPA Congress de São Paulo dias 28 e 29 de outubro. Ele explica: “Na palestra de Joinville eu vou falar basicamente sobre os benefícios do RPA. E como você conjuga o RPA com elementos de Inteligência Artificial para conseguir um maior retorno. É justamente o que a gente chama aqui na Deloite de automação inteligente. Vamos abordar um pouco sobre uma pesquisa que a empresa fez no ano passado, falando sobre o retorno que se pode obter com a aplicação do RPA. Destaco também um insight do ano passado sobre o mercado brasileiro que é bem interessante”, diz.

Para o especialista da Delloite, o mercado brasileiro passa por uma situação diferente. “Porque a grande maioria das empresas ainda está numa fase de experimentação do RPA. Enquanto isso, lá fora muitas estão saindo do círculo de hype. Então, enquanto essa onda ainda acontecendo no Brasil, algumas empresas se decepcionam um pouco com a tecnologia. Isso é natural. Faz parte do ciclo de maturidade. A resposta para isso, o próximo passo, dentro dessa jornada é justamente ir para automação inteligente”, explica Seefelder.

Com relação à hiperautomação o executivo explica que “é um conjunto de tecnologias que começam a ser utilizadas hoje dia e que se transformam em um ecossistema que se potencializa”. 

“Você começa a utilizar essas tecnologias em conjunto e o resultado delas passa a ser um resultado exponencial. O que está envolvido nesse conceito? Você tem a robotização ou o RPA no centro, atuando com tecnologia de inteligência artificial como por exemplo Machine Vision. Você tem também o chamado NLP (Natural Language Processing) e o NLG (Natural Language Generation) que gera a linguagem natural e consegue dar uma resposta para pessoa em linguagem natural. E aí quando você combina os dois (NLP e NLG), se obtém um chatbot inteligente. E se for combinado com o RPA, você tem, por exemplo a Bia do Bradesco. Ela interpreta o que a pessoa fala. Por trás roda um tipo de automação para conseguir fazer alguma ação e retorna para o usuário em linguagem natural.

A entrevista completa com Martin Seefelder estará na edição digital da revista Information Management deste mês.

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