Por ser solução relativamente nova, RPA tem o potencial de criar dificuldades nos processos de trabalho e na cultura. Saiba como contorná-las
A automação de processos robóticos (RPA) promete oferecer benefícios comerciais, como redução de custos, diminuição de erros, maior eficiência e a possibilidade de liberar os colaboradores de tarefas repetitivas para que possam se concentrar em atividades estratégicas mais desafiadoras.
As empresas estão cada vez mais adotando a RPA em busca dessas vantagens, e pesquisas industriais preveem um aumento contínuo na demanda pela tecnologia. Um relatório de 2018 da Grand View Research diz que o mercado global de RPA deverá ter uma taxa de crescimento anual composta de 61% entre 2018 e 2024.
De fato, companhias de diversos setores já estão vendo resultados positivos nas suas implantações de RPA. Um estudo de 2017 com mais de 400 organizações do mundo todo feito pela Deloitte mostrou que, para empresas que implantaram a RPA, o retorno do investimento foi reportado em menos de 12 meses. Segundo o relatório, a RPA estava atendendo ou excedendo as expectativas de diversas formas, incluindo melhor qualidade / precisão (90%), melhor produtividade (86%) e redução de custos (59%).
Apesar dos benefícios, não há garantias de sucesso. As implementações de RPA, como outras iniciativas de tecnologia, podem falhar por diversos motivos. Por ser uma solução relativamente nova, a RPA tem o potencial de criar dificuldades nos processos de trabalho e na cultura da empresa. Confira alguns dos principais motivos que fazem a RPA falhar e como as organizações podem lidar com essas armadilhas.
Hesitação por parte da gestão
No geral, as tecnologias que têm potencial para substituir seres humanos geram polêmica e dúvidas sobre o seu funcionamento. De acordo com os especialistas ouvidos pela CIO, metade das provas de conceito que são conduzidas para a RPA não chegam a lugar algum, porque os líderes do negócio ainda não estão prontos para a mudança. Por conta disso, muitas empresas acabam abandonando a iniciativa.
Falta de treinamento
Se as organizações não investirem tempo suficiente para treinar ou instruir os funcionários sobre a RPA, provavelmente o projeto acabará falhando. Pensando nisso, os principais provedores da tecnologia estão criando suas próprias “universidades” ou “academias” de treinamento de alta qualidade, mas muitas empresas ainda não estão aproveitando esses recursos.
Parte do processo de treinamento é garantir que as equipes estejam realmente cientes do que a RPA pode fazer pela empresa e quais são as suas limitações. Isso significa que é fundamental passar um tempo com os colaboradores para explicar sobre a RPA antes de iniciar um projeto específico. Dessa forma, a RPA pode levar a resultados rápidos, construindo impacto comercial imediato.
Uso incorreto da tecnologia
Para os analistas, se o teste piloto da RPA for muito complexo, o projeto passará por grande desaceleração. Ou, se a prova conceito não for suficientemente surpreendente, a equipe não aumentará o empenho.
Para solucionar esse impasse, deve haver um equilíbrio entre iniciar um projeto pequeno, mas inteligente. É importante analisar a potencial complexidade da automação e os seus benefícios – seja o ROI, o aumento da eficiência ou a melhoria da satisfação do cliente ou funcionário.
Exclusão da TI
Apesar da RPA afetar diretamente os processos relacionados à TI, algumas empresas podem não pensar em envolver os gerentes de tecnologia ou de segurança de informações na implantação dessas ferramentas. Mas, idealmente, esses profissionais devem estar participando do projeto desde o início.
A TI é um componente fundamental para a construção de um modelo sustentável e seguro que não dependa totalmente de terceiros, especialmente ao se considerar a manutenção de longo prazo da infraestrutura de RPA. É por meio da equipe de TI que as companhias podem garantir o suporte continuo às tecnologias.
Exclusão dos desenvolvedores de aplicativos
Ao desenvolver um recurso de automação, é imprescindível se envolver com a equipe de desenvolvimento de aplicativos. Segundo os especialistas, é importante entender os parâmetros de quando as automações podem ser executadas em diferentes ambientes, e se há algum problema com um sistema no qual a automação está sendo inserida. Também é uma boa prática ter um processo de controle de mudanças bem definido para garantir o gerenciamento dos sistemas e das automações que os utilizam.
Fonte: https://cio.com.br/5-razoes-pelas-quais-implantacoes-de-rpa-falham/