Por Jagjit Dhaliwal, Vice Presidente, CIO global da UiPath
A busca pela transformação digital para obter maior valor comercial tem gerado um efeito colateral nas empresas: cada vez mais a arquitetura de tecnologia torna-se complexa e menos padronizada. Atualmente, qualquer grande organização possui centenas de aplicativos corporativos que precisam necessariamente conversar entre si.
É o que mostra, por exemplo, o relatório CFO Signals™ da Deloitte, para o primeiro trimestre de 2022.
Segundo o documento, “complexidade e não padronização” estão justamente entre os três conceitos destacados pelas companhias como os principais desafios para a obtenção de valor da função da tecnologia da informação. O relatório destaca que mais de 50% do orçamento de TI hoje acaba sendo destinado à manutenção desses aplicativos e operações, e outros 26% para aprimorar recursos existentes, restando apenas 24% para a criação de novos sistemas. Avaliando as informações do relatório, fica mais fácil compreender por que, embora alguns CIOs desejem desenvolver novos recursos para alcançar a transformação digital, essa estratégia de simplesmente “rasgar e substituir” é quase sempre inviável, por conta de custo, tempo e recursos a um projeto tão complexo.
Assim, sob este cenário, o que vemos são CIOs modernizando de forma incremental as suas plataformas e aplicativos corporativos, sob o desafio de acompanhar o ritmo ágil de mudanças que a tecnologia tem. O que não é nada fácil. Embora os aplicativos corporativos façam um ótimo trabalho em seus domínios específicos, a maioria dos processos de trabalho precisa se mover entre e dentro de vários aplicativos, sistemas de registro e repositórios de dados. E desenvolver integrações sob medida para conectar sistemas não é simples: de acordo com o último relatório de benchmark de conectividade MuleSoft 2022, apenas uma média de 28% dos aplicativos são integrados em uma grande organização. Ou seja, lacunas de integração são de fato uma das razões pelas quais os esforços para a transformação digital em uma empresa podem ser frustrantes.
É verdade que soluções de plataforma de integração, como serviço (iPaaS), podem conectar aplicativos corporativos por meio de criações de API. E que ferramentas de gerenciamento de API, como o MuleSoft, podem permitir que empresas criem, gerenciem e estendam APIs continuamente em um ambiente seguro. Porém, as ferramentas de iPaaS e API não conseguem alcançar a automação de processos de ponta a ponta, visto que tal processo envolve vários sistemas, a compreensão de documentos, interpretações de dados estruturados e não estruturados, orquestrações de várias atividades e interface com aplicativos que não podem ser integrados por meio de APIs. Ou seja, a integração é um componente da automação de processos, mas não é a solução para a automação completa, de ponta a ponta.
É por isso que um plano de ações centrado na automação é uma estratégia eficaz para alcançar a transformação digital. A própria consultoria internacional Forrester recomenda a aplicação de sistemas para operacionalizar a malha de automação em todos os aspectos das operações de uma empresa, o que requer uma análise profunda da arquitetura e do design na camada de processo, bem como a ativação de várias tecnologias na camada de automação.
Para isso, a saída é optar por uma plataforma capaz de permitir vários recursos na camada de processo e automação da empresa, para obter resultados de ponta a ponta, com conectividade, agilidade e flexibilidade, ou seja, sem padrão.