Programações mais simples, integração maior entre o digital e o humano, popularização da criação de aplicações… A tônica das discussões sobre TI caminha para um mundo onde a tecnologia é mais acessível e fácil, afirma Augusto Angelis, Head de Marketing, Produtos e Novos Negócios da CTC, uma das 150 maiores empresas de tecnologia do Brasil.
“A desburocratização do processo de criação, em especial na área de saúde, é com certeza uma das grandes tendências mundiais neste ano, fruto dos desafios e aprendizagens que tivemos com a pandemia e da crescente importância das healthtechs”, afirma o especialista. “Por isso, a utilização de plataformas low-code deve ser o principal destaque deste ano em TI.”
Essas plataformas utilizam interfaces visuais com lógica básica, deixando de lado programações complexas, explica Angelis. “Tanto no mercado nacional quanto no mundo enxergo essa tendência, que reduz a necessidade de envolver mais profissionais nos processos”, destacou.
Para o especialista, os “WHTs”, ou wearable healthcare technology, também são uma das grandes tendências deste ano. “É a intervenção dos gadgets na vida do ser humano e como esses dados estão digitalizando o ser humano. Meu plano de saúde já sabe meus batimentos e se eu dormi mal ou não por meio do meu smartwatch, smart ring ou smart band. Esse monitoramento dos dados de saúde aumenta as informações acessíveis aos médicos e pode até proporcionar descontos na hora de contratar um plano de saúde”, explicou.
IA amigável
Uma inteligência artificial acessível e amigável é outra tendência deste ano, diz Angelis. Segundo ele, isso pode ser visto na forma como está crescendo o interesse pela OpenAI, (temos, como exemplo mais recente, o ChatGPT) uma instituição sem fins lucrativos de pesquisa em IA que oferece pesquisas e patentes de graça e tem como premissa a colaboração.
“Essa iniciativa permite a qualquer um, com poucos cliques e com o mínimo de informação, produzir uma grande gama de ferramentas, como criar vídeos e avatares. Unindo OpenAI e low-code, por exemplo, pode-se chegar a um momento em que qualquer um de nós estará apto para criar uma aplicação apenas conversando com a interface”, afirmou.
Para o desenvolvedor, a computação autonômica (autonomic computing) também despertará grande interesse neste ano. Também conhecida como sistema imunológico digital, ela se inspira em nossos mecanismos de defesa contra doenças. “Assim como conseguimos, normalmente, recuperar-nos de uma gripe sem nenhuma ação externa, os sistemas inteligentes serão capazes de detectar pragas cibernéticas e programar a solução para eliminá-las”, avaliou.
Por fim, Angelis destacou o machine learning e o code generation, que já são tendências que vêm se destacando nos últimos anos. “É uma tecnologia similar ao low-code, mas que possibilita a criação de um código através da conversa. O processo para gerar aplicações se tornará ainda mais rápido. Essas tendências possibilitam respostas mais rápidas, algo essencial atualmente”, concluiu.