Hiperautomação ou transformação digital?

Por Emerson Lima, fundador e CEO da Sauter Digital

Considerada um dos pilares da transformação digital, a hiperautomação se tornou palavra de ordem entre inúmeras empresas de médio e grande porte, que convivem diariamente com processos complexos e grandes volumes. Inclusive, o conceito foi classificado como uma tendência global no relatório “Top 10 Strategic Technology Trends”, realizado pelo Gartner.

Resumidamente, hiperautomação nada mais é do que a combinação de RPA (Robotic Process Automation), Inteligência Artificial (IA), Analytics e, sobretudo, o redesenho completo tanto de processos como da mentalidade das organizações. Isto é, o conceito substitui integralmente métodos repetitivos e operacionais por ações digitais, automatizadas e eficazes. 

A hiperautomação é uma das atuais tech capabilities fundamentais para as empresas que visam realizar de forma objetiva e estratégica sua transformação digital. Não à toa, uma pesquisa recente da plataforma Jitterbit, aponta que 73% dos profissionais seniores de médias empresas de países centrais da Europa, como a Alemanha, pretendem hiperautomatizar seus negócios entre dois e três anos, com o objetivo de ampliar os benefícios e escopo de atuação no ambiente corporativo.

Porém, vale uma ressalva: a hiperautomação deve ser vista como uma jornada que está relacionada 100% à estratégia maior da empresa, ou o alto custo de investimento não valerá a pena. Ou seja, não se trata de uma ação pontual que contemplará apenas um processo ou outro. Afinal, a hiperautomação só faz sentido em escala, e não isolada.

Claro, inúmeras empresas ainda executam, de forma manual, inúmeros processos que já dispõem de tecnologias da informação absolutamente hiperautomatizados. Porém, é indiscutível o quanto esse conceito corrobora para mais agilidade, precisão, mitigação de riscos, aculturamento da alta liderança e, sobretudo, para uma transformação digital mais ampla e efetiva.

Portanto, em um futuro bem próximo, a tendência é que as tarefas manuais das quais a robotização executa com mais velocidade e precisão, provavelmente serão automatizadas, isto é, responsáveis pelas máquinas. A partir desse processo, os colaboradores conquistam novas atribuições muito mais relacionadas à competência e talento, principalmente para a tomada de decisões. Sendo assim, tudo o que pode ser automatizado, deve ser, e digo mais: as organizações com metodologias não simplificadas sofrerão sérios, custosos e extensos desafios, caso não adotem a hiperautomação.

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