Por Álvaro Manzione, fundador da edtech Beedoo
Algumas coisas já se repetiram tantas vezes ao longo da história que nem deveriam mais ser alvo de tanta polêmica como ainda são. Um dos casos mais recentes envolve a Inteligência Artificial Generativa, mais popularmente conhecida como ChatGPT. Como em outras situações, muito se especula sobre seu potencial de mudar o comportamento humano e interferir, por exemplo, no mundo do trabalho. Discussões como essas sempre acompanharam a evolução tecnológica e, por mais que se debata, o fato é que, o que tem que acontecer, acontece. O trabalho é modificado, os seres humanos se adaptam e vida que segue.
Mesmo assim, vale a pena a ressalva de que o aspecto que sempre determina o ritmo da evolução das inovações é a busca pela eficiência. Os entusiastas da IA generativa calculam que uma ferramenta como o ChatGPT pode tratar 100 mil vezes mais rápido uma questão do que a inteligência biológica trata.
Mas nem sempre velocidade e quantidade são sinônimos de qualidade. Por isso, também já é consenso que o ambiente corporativo precisará rapidamente começar a treinar as pessoas para que elas desenvolvam a habilidade de usar com eficiência a IA generativa. Neste sentido, cinco passos devem ser considerados como fundamentais para extrair o máximo de eficiência desta tecnologia, segundo o próprio ChatGPT:
1. Defina um objetivo claro: Antes de começar a utilizar a IA, defina claramente o que você deseja alcançar com ela. Identifique os problemas específicos que você pretende resolver ou as metas que deseja atingir. Ter um objetivo bem definido ajudará a orientar suas decisões e a escolher as melhores abordagens para implementar a IA.
2. Escolha os dados corretos: A qualidade dos dados é essencial para o sucesso da IA. Certifique-se de ter acesso a conjuntos de dados relevantes, completos e precisos para treinar e alimentar seu modelo de IA. Limpe e pré-processe os dados, removendo quaisquer ruídos ou informações irrelevantes. Quanto melhores forem os dados de entrada, melhores serão os resultados obtidos pela IA.
3. Selecione o algoritmo adequado: Existem diferentes algoritmos de IA disponíveis, cada um com suas próprias características e usos específicos. Ao escolher o algoritmo, leve em consideração o tipo de problema que você está resolvendo e o tipo de dados que possui. Alguns algoritmos populares incluem redes neurais, árvores de decisão, SVM (Support Vector Machines) e algoritmos genéticos. Pesquise e experimente diferentes algoritmos para encontrar o mais adequado para sua aplicação.
4. Garanta a transparência e a ética: A IA deve ser usada de maneira transparente e ética. Certifique-se de entender como o seu modelo de IA toma decisões e como ele pode ser interpretado. Evite vieses indesejados nos dados ou algoritmos que possam levar a resultados discriminatórios ou injustos. É importante garantir a privacidade dos dados e obter o consentimento adequado ao utilizá-los.
5. Avalie e reitere: A avaliação contínua do desempenho da IA é essencial para melhorá-la ao longo do tempo. Meça os resultados alcançados pelo seu modelo de IA e compare-os com os objetivos definidos inicialmente. Identifique áreas para melhorias e reitere no processo de treinamento e implementação da IA. O aprendizado de máquina é um processo contínuo, e a otimização contínua é fundamental para alcançar resultados cada vez melhores.
Isto tudo considerado, resta uma absolutamente necessária conscientização de que a implementação eficaz da IA requer conhecimento técnico e – intermináveis – considerações éticas. Desta forma, ao invés de desperdiçar tempo debatendo as possíveis consequências, os líderes empresariais terão mais benefícios ao se esforçarem para se manter continuamente preparados para aprender e se adaptar conforme adquirem mais experiência no uso da IA.