ChatGPT: o ecossistema digital que acelera sua produtividade

Por Vinícius Oliveira e Silva, head de P&D da Simply

A aplicabilidade do ChatGPT para a sociedade, cada vez mais inerente a tecnologia, é inegável, porém, deve ser cuidadosa. Entendo esse recurso como um co-piloto acelerador profissional e individual para a efetividade dos processos e atribuições das organizações, mas devo ressaltar que não podemos usá-lo para basear todo o caminho de decisões sem criticidade e discernimento.

A inteligência artificial não tem a prepotência de ser uma verdade absoluta. Nos deparamos com uma plataforma com funcionalidade operacional para ser um guia e auxiliar no trabalho diário, aumentando a produtividade, mas sem esquecermos do agente humano como protagonista e autônomo do direcionamento, intenção e criatividade do uso.

Contextualizando seu desenvolvimento, o Chat GPT foi baseado em um conceito chamado LLM (Modelo de Linguagem de Nível de Linguística, em inglês), que funcionava como um mecanismo de processamento de linguagem capaz de pré-treinar modelos de aprendizado de máquina e prever as próximas palavras de uma frase, com bagagem no contexto em que a IA foi baseada. Esse primeiro modelo era muito falho para dar naturalidade nas respostas, pois tinha capacidade de analisar algumas palavras do entorno, mas tudo era uma questão de previsão estatística.

Por conta disso, durante sua evolução, foi criado um novo modelo: o GPT. A sigla GPT significa “Generative Pre-Trained Transformer”, que, em tradução livre, seria algo como transformador (ou processador) pré-treinado generativo, criada pela empresa OpenAI. O termo Pre-Trained, trouxe justamente a evolução da ferramenta, já que no modelo GPT houve uma correção em sua assertividade usando respostas humanas para trazer naturalidade como grande diferencial.

Mesmo assim, o GPT ainda tinha algumas fragilidades ligadas a um processo que chamamos de “alucinações”, pois apesar de uma sentença gerada estar correta gramaticalmente, em muitos casos existia uma desconexão de sentido com a realidade, baseada na interpretação. Desconexão essa que pode ser tóxica ou enviesada com base no treinamento do modelo de inteligência. Para melhorar ainda mais essa ferramenta, estruturou-se uma evolução do GPT denominada 3.5 ou Instruct GPT e, esse sim, foi finalmente o precursor do modelo que temos acesso hoje.

Usando de expertise humana, contrataram pessoas para fornecer as respostas. Para uma mesma pergunta eram redigidas respostas em grupos que alimentam o modelo pré treinado, trazendo assim um pouco mais de naturalidade. Por meio de um sistema para elencar as respostas feitas pelos grupos, classificando sua relevância, criou-se uma espécie de mecanismo de respostas responsável por ranquear as mais coerentes e as percepções mais gerais, a fim de alcançar mais satisfação pro usuário.

Depois de fazer esse modelo que além de basear-se em wikipedia, códigos abertos, sites científicos e gerais foi retroalimentado pelo esforço humano e pelo aprendizado supervisionado por pessoas, a Inteligência conseguiu de fato naturalizar-se mais precisamente e desempenhar o papel que conhecemos hoje. Partimos de um modelo que tinha a capacidade de prever as palavras e construir frases coerentes para um recurso que contextualiza uma pergunta, possibilitando uma sequência natural e coerente da necessidade proposta pelo usuário.

Penso que para usufruir da inteligência do Chat GPT de forma estratégica e que alcance resultados é necessário ter conhecimento e contexto do tema aplicado, assim ele te será um guia para chegar no caminho desejado. Como em um cenário de navegação marítima, independente da qualidade tecnológica da embarcação, o capitão deve saber conduzi-la de forma eficiente para chegar no destino assertivamente. Analogamente, os serviços de inteligência artificial ainda precisam de uma expertise humana para poderem ser desempenhados e alcançar os resultados almejados.

Ter essa capacidade de trabalhar em conjunto com a inteligência artificial, tende a ser um diferencial para que os profissionais se tornem ainda melhores. Isto porque podem usar da facilidade do conhecimento adquirido para serem mais críticas, curiosas e despender mais tempo para suas ideias criativas, percepção de tendências, análises e inovações.

No mercado de trabalho essa facilidade em atuar em conjunto com as tecnologias já tem sido um diferencial desde os cursos de datilografia e informática no passado. A questão aqui está no domínio de ferramentas necessárias para a execução da tarefa, independente de qual é ela. Por isso a Open AÍ conseguiu a relevância alcançada, pois só reafirma ainda mais a realidade do papel fundamental que a tecnologia tem em nossas vidas. A visão de futuro e aplicabilidade da IA tem sido fator determinante para diversos avanços no mercado como um todo.

A Open AI veio de um lugar acadêmico para uma ferramenta de sucesso de mercado, lançando um modelo de linguagem e respostas coerentes e assertivas, frente à concorrência de uma grande bigtech referência como o Google e com a Microsoft como maior investidora. O ChatGPT melhorou em 80% a veracidade em relação às informações oferecidas pelo modelo anterior e com toda sua trajetória de desenvolvimento e aplicabilidade alcançada, passou a ser um “fenômeno” capaz de não só trazer informação, mas também, ser uma ferramenta diferencial para acelerar o modo como produzimos e nos relacionamos.

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